segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Revolução de 1383-85

Motivos da revolução de 1383-85

 As guerras fernandinas (1369-1382) ocorrem pela disputa do trono de Castela entre Fernando  de Portugal e Henrique II de Castela (e posteriormente, com o filho deste, D. João I De Castela), na sequência do assassinato de Pedro I de Castela , por Henrique, seu meio-irmão. Este longo período, gerou consequências que certamente se fizeram sentir nas falta de mão de obra e no abandono dos campos. Esta situação foi agravada pela fome e peste.
Em 1383, D. Fernando assinou o Tratado de Salvaterra de Magos pelo qual prometia casar a sua filha D. Beatriz com o rei de Castela.
Com a morte do rei D. Fernando em 1383, segundo o Tratado de Salvaterra de Magos, a Coroa de Portugal passaria a pertencer aos descendentes do Rei de Castela, D. João I. O Reino de Castela iria dominar Portugal. A situação que se cria provoca mal estar e não agrada à maioria da população portuguesa.
Assim ao descontentamento popular resultante não só da degradação das condições de vida da generalidade da população, junta-se a perspetiva do Reino de Portugal vir a perder a sua independência.



Principais factos da Revolução de 1383-85


1383
março de 1383 –D. Fernando assina o Tratado de Salvaterra de Magos, - D. João I De Castela desposaria Beatriz de Portugal e o filho varão que nascesse desse casamento herdaria o reino de Portugal.
abril – A princesa  Beatriz (filha única do rei D. Fernando) casa com o rei João I de Castela.
 22 de ourubro – O rei Fernando morre: a rainha viúva Leonor torna-se regente em nome de Beatriz e João de Castela
Começa a resistência, liderada por D. João, Mestre da Ordem de Avis: vários castelos são ocupados
1384
janeiro – João I de Castela invade Portugal
Esta situação de confronto leva à divisão dos portugueses em dois grupos:
Clero + Nobreza
D. Beatriz casada com D. João de Castela
Povo + Burguesia
D. João, Mestre de Avis
6 de abril – Os portugueses ganham a batalha de Atloeiros
maio – Começa o cerco de  Lisboa; é enviada uma embaixada a Inglaterra
julho – Uma frota portuguesa rompe o cerco de Lisboa, embora com pesadas derrotas
3 de setembro – João I de Castela, retira-se para o seu reino
Inverno –  Nuno Álvares Pereira e João de Avis subjugam cidades a favor de Castela
1385
Páscoa – Chegada dos aliados ingleses
6 de abril - João de Avis é aclamado rei nas Cortes de Coimbra
Graças à hábil argumentação do Dr. João das Regras (legista), as Cortes aclamaram o Mestre de Avis como D. João I.
29 de maio – Dá-se a batalha de Trancoso.
junho - João I de Castela invade Portugal com toda a força,
14 de agosto - Batalha de Aljubarrota com a vitória definitiva de Portugal. Este acontecimento cimentou a coesão social.

O reconhecimento de Castela ocorre em 1411 com a assinatura do tratado de Ayllón-Segóvia. A aliança Luso-Inglesa é renovada em 1386 no Tratado de Windsor e fortalecida com o casamento de João I com Filipa de Lencastre (filha de João de Gaunt) 1387. O tratado, que, ainda em vigor, vem a ser a mais antiga aliança do mundo, estabeleceu um pacto de mútua ajuda entre Inglaterra e Portugal.