segunda-feira, 12 de março de 2012

Mercantilismo


LUÍS DE MENESES – Se Vossa Alteza, o senhor  D.Pedro, me permite tomo a ousadia, para pôr na sua real presença a realidade do país. Como sabe Sua Alteza o país passa por muitas dificuldades. Doravante, a grande batalha a travar é a da Restauração da economia. O país está exausto das rendas, o comércio está paralisada e a indústria abandonada.

D. Pedro II – Por todas estas razões, nomeei-te vedor da Fazenda deste reino com a tarefa de equilibrar e fortalecer as finanças.

LUÍS DE MENESES – Vossa Alteza, tomo então a ousadia para pôr na sua real presença, servindo-me das máximas que ouvi falar que se praticavam na Inglaterra, na Holanda e França.

D. Pedro II – E que máximas ouviste vós?

LUÍS DE MENESES – Como é do vosso conhecimento de Vossa Alteza a Holanda criou duas poderosas Companhias Comerciais, assegurando, assim, o monopólio do comércio. A Inglaterra publicou uma série de medidas conhecidas por “Acto de Navegação”, o primeiro decretado por Cromwell em 1651, uma medida proteccionista para proteger o seu comércio.

D. Pedro II E a França, que medidas tomou a França?

LUÍS DE MENESES – Saiba, Vossa Alteza, que a França tem um novo ministro de Estado e da economia – Jean-Baptiste Colbert – E como ministro de Luís XIV, Colbert quer tornar a França a Nação mais rica da Europa, e para isso, Colbert está a dar uma particular atenção ao fomento das indústrias, incentivando-as e concedendo-lhes incentivos e a criação de companhias comerciais.
E não se pode esquecer, Vossa Alteza, da obra “Discurso Sobre a Introdução das Artes no Reyno” do nosso embaixador em Paris, Duarte Ribeiro de Macedo, que está em contacto com as ideias de Colbert.

D. Pedro II – Estou certo disso. E o que tencionas para este Reino?

LUÍS DE MENESES – “Qual de nós há que traga sobre si alguma coisa feita em Portugal? Acharemos que só o pano de linho e os sapatos são obra nossa. O único meio que há para evitar este dano e impedir que o dinheiro saia do Reino é introduzir as artes (manufacturas).

D. Pedro II – Assim Seja feito.
                                                                                                      Texto de Susana Cunha