C2 – O
mundo muçulmano em expansão
Conteúdos
(conhecimentos essenciais):
• A religião
muçulmana (ou Islamismo), fundada por Maomé, no século VII, assenta em cinco
princípios fundamentais: crença em Alá, oração cinco vezes ao dia, esmola aos
mais pobres, prática do jejum durante o Ramadão, peregrinação, se possível uma
vez na vida, a Meca. Tem como livro sagrado o Alcorão.
• Os Muçulmanos
criaram rapidamente um vasto Império (desde a Ásia ao Norte de África e à
Península Ibérica), motivados pelo desejo de difundir a sua fé e por interesses
económicos. O seu Império assentava numa economia comercial e monetária e numa
brilhante civilização.
• Os
Muçulmanos, no seu vasto Império, contactaram povos com civilizações muito
diferentes. Em resultado desses contactos, criaram uma cultura própria e
difundiram-na (destaque para os contributos nas ciências, na literatura,
difusão de inventos, criação de uma arte original). Desenvolveram uma economia
urbana e mercantil.
• Na Península
Ibérica, as relações entre Muçulmanos e Cristãos passaram por períodos de
guerra e de paz. Entre as duas comunidades estabeleceram-se relações comerciais
e culturais e adotaram-se costumes comuns. Muitos Cristãos viveram sob o
domínio muçulmano e muitos Muçulmanos sob o domínio cristão, mas uns e outros
preservaram a sua fé.
·
Os
Muçulmanos divulgaram muitos saberes, técnicas e produtos na Península Ibérica.
Os seus contributos civilizacionais abrangem áreas como a agricultura, a
indústria, a administração e o comércio, a literatura e a música.
• Em Portugal,
os testemunhos materiais são pouco numerosos (destaque para as mesquitas de
Mértola e de Idanha-a-Velha e para os castelos de Silves e de Alcácer do Sal).
Os vestígios imateriais são importantes na música popular e, em particular, na
língua portuguesa (cerca de 600 palavras de origem árabe).
Questões:
- Situa no tempo e no espaço a eclosão da religião
islâmica.
- Refere os princípios do Islamismo
- Explica a expansão dos Muçulmanos.
- Quais são as principais características da civilização
muçulmana?
- De que forma os Muçulmanos e os Cristãos se
relacionaram?
- Quais foram os principais contributos da cultura
muçulmana para a cultura ibérica?
- Que vestígios da sua cultura deixaram em Portugal?
Conteúdos
(conhecimentos essenciais):
Nos
finais do século XI, vários cavaleiros franceses – entre eles, D. Henrique –
vieram apoiar os reinos cristãos ibéricos nas lutas contra os Muçulmanos. Para
promover a Reconquista, D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, concedeu a D.
Henrique a sua filha D. Teresa e o Condado Portucalense.
D.
Afonso Henriques desenvolveu uma ação muito importante, a nível político e
diplomático, na formação do reino de Portugal (independência política e o seu
reconhecimento pela Santa Sé, alargamento do território). Em Portugal, a
Reconquista terminou com a conquista do Algarve por D. Afonso III (1249).
Questão:
- Que papel teve D. Afonso Henriques na formação do
reino de Portugal?
D1 –
Apogeu e desagregação da “ordem” feudal
Conteúdos
(conhecimentos essenciais):
• Entre os
séculos XI e XIII, a população europeia quase duplicou devido ao fim das
invasões (vikings, húngaras e muçulmanas), à melhoria das condições
climatéricas e à ausência de epidemias.
• O crescimento
da população foi acompanhado pelo aumento da produção agrícola, em resultado do
alargamento da área cultivada e dos progressos técnicos na agricultura e nos
transportes. O aumento da população permitiu a expansão e colonização de novos
espaços
• O comércio
cresceu, também, impulsionado pelo aumento da produção agrícola e artesanal,
pela melhoria das vias de comunicação e dos transportes terrestres e marítimos.
• A partir do
século XI, com o aumento da população, os núcleos urbanos desenvolveram-se e
houve a reanimação do comércio.
• Com o
alargamento das cidades, nasceu um novo burgo fora das antigas muralhas. Os
seus habitantes, que se dedicavam ao artesanato e ao comércio, foram, por isso,
chamados burgueses.
• As trocas
comerciais faziam-se por via marítima e por via terrestre (destaque para as que
passavam pela região das feiras da Champagne, França).
• O poder dos senhores da nobreza fazia-se
sentir nos senhorios laicos (honras); o poder do alto clero fazia-se sentir nos
senhorios eclesiásticos (coutos). Aqui aplicavam a justiça e cobravam os
impostos.
•
A
partir do século XIII, o poder régio fortaleceu-se limitando progressivamente
os direitos e privilégios dos senhores da nobreza e do clero.
• Para o
efeito, os reis medievais tomaram importantes medidas, como o alargamento dos
domínios reais e a organização da administração do território.
• Nesta época,
os concelhos (comunidades de homens-livres do povo) e as comunas (cidades
emancipadas do poder senhorial), por terem autonomia administrativa, escapavam
ao poder dos senhores.
• Em Portugal,
ao longo dos séculos XII e XIII, os monarcas tomaram medidas, como as
inquirições, confirmações e leis de desamortização, para recuperar bens e
direitos da Coroa usurpados pelo clero e pela nobreza.
• A coroa
reforçou, também, a administração central e local e reuniu Cortes (assembleias
com representantes do clero, da nobreza e do povo) para tratar de assuntos económicos,
financeiros e políticos. Tinham funções consultivas.
• Portugal
cobriu-se, também, de concelhos; estes, instituídos por “cartas de foral”,
foram criados pelos reis e por alguns senhores com o objetivo de defender,
povoar e desenvolver o reino.
Questões:
- A que se deveu o crescimento da população europeia?
- Que alterações ocorreram na sociedade europeia entre
os séculos XI e XIII?
- Quais eram os poderes da nobreza e do clero nos seus
domínios?
- O que distinguia os concelhos das comunas?
- Define carta de foral.
- Que papel desempenharam os concelhos no
desenvolvimento de Portugal?
Conteúdos
(conhecimentos essenciais):
Portugal
aderiu às correntes culturais e artísticas da Europa. A Universidade (Estudo
Geral) foi estabelecida, em Lisboa, em 1290, no reinado de D. Dinis. À medida
que decorria a Reconquista do território português, construíram-se igrejas,
mosteiros e castelos em estilo românico; a escultura românica, que se
manifestou na arquitetura e nos túmulos, é tosca e rude.
Ao
longo do século XIII, numa fase de desenvolvimento da economia e da vida
urbana, as construções em estilo gótico afirmaram-se também em Portugal; na
escultura gótica, destacam-se os túmulos de D. Inês e de D. Pedro (em Alcobaça)
e de D. Filipa de Lencastre (na Batalha).
Questão:
- Em que se distinguem os estilos românico e gótico em
Portugal? (revê o TPC sobre as características do românico e do gótico)
D2 –
As crises do século XIV
Conteúdos
(conhecimentos essenciais):
• No século
XIV, a Europa viveu graves crises provocadas por guerras (com destaque para a
Guerra dos Cem Anos), por maus anos agrícolas (fomes) e epidemias (em
particular, a Peste Negra).
• Estas
circunstâncias provocaram a redução drástica da população europeia e um clima
de insegurança e de medo.
• Para
solucionar os problemas da falta de mão de obra e da quebra de rendimentos, os
senhores exigiram maiores rendas aos camponeses. Também nas cidades, os
assalariados foram afetados pela fixação dos salários por parte dos mercadores
e mestres dos ofícios.
• As graves
alterações na economia europeia provocaram grande agitação social nos campos e
nas cidades (revoltas).
• Entre as
revoltas rurais, destacaram-se as “jacqueries” (motins de camponeses franceses)
e, entre as urbanas, as dos “Ciompi” (revoltas dos trabalhadores têxteis, em
Florença).
• Os motins
populares foram duramente reprimidos pelos grandes senhores e burgueses.
• Perante um
mundo de medo e de violência, as populações viveram tempos de grande
perturbação e angústia, refugiando-se na religiosidade
• A situação europeia
refletiu-se, também, em Portugal. No reinado de D. Afonso IV, ocorreram maus
anos agrícolas, fomes e epidemias, entre as quais se destacou a Peste Negra
(1348).
• Para resolver
os problemas da crise de cereais e da subida dos preços e dos salários, os reis
tomaram medidas, como as “Leis do Trabalho” (D. Afonso IV) e a “Lei das
Sesmarias” (D. Fernando).
• A situação
agravou-se com as Guerras Fernandinas, travadas por D. Fernando com Castela.
• As Guerras
Fernandinas terminaram com a assinatura do Contrato de Salvaterra de Magos
(abril de 1383) que, após a morte de D. Fernando, pôs em perigo a independência
de Portugal.
• As tropas
castelhanas invadiram, então, Portugal (derrota em Atoleiros) e o próprio rei
de Castela cercou Lisboa, sem sucesso.
• Em 1385, após
as Cortes de Coimbra terem aclamado D. João, Mestre de Avis, como rei de
Portugal, de novo os castelhanos invadiram o nosso país (derrota na batalha de
Trancoso e na decisiva batalha de Aljubarrota).
• A revolução
de 1383-1385 deu início a uma nova dinastia (Avis) e a uma nova sociedade
(promoção de certos estratos sociais da nobreza e da burguesia).
Questões:
- Quais foram os fatores geradores das crises do século
XIV?
- Quais foram as consequências demográficas e económicas
das crises do século XIV na Europa?
- Que medidas foram tomadas para fazer face às crises?
- Que motivos originaram as revoltas rurais e urbanas do
século XIV?
- De que forma as populações foram moralmente afetadas
pelas crises do século XIV?
- As graves alterações na economia europeia provocaram
grande agitação social nos campos e nas cidades (revoltas).
- Com que dificuldades se debateu Portugal no século
XIV?
- O que levou ao agravamento da crise durante o reinado
de D. Fernando?
- Em que medida o Contrato de Salvaterra de Magos
colocou em perigo a independência de Portugal?
- Como ascendeu D. João, Mestre de Avis, a rei de
Portugal?
- Que alterações se verificaram na sociedade portuguesa
após a eleição de D. João I?