A Democracia Ateniense
A cidade estado de Atenas
tinha um regime político no qual participavam todos os Cidadãos na discussão,
elaboração e aprovação das leis. Este regime entrou em vigor com Clístenes e Péricles, no séc V a. C..
O governo democrático de
Péricles foi de tal forma marcante que o século em que viveu, o quinto a. C.,
se denomina “Século de Péricles”.
Todos os cidadãos podiam
participar nos órgãos políticos da pólis – Democracia Directa.
Os cidadãos eram escolhidos
por sorteio ou eleição – democracia representativa.
Na colina da Pnix, três ou
quatro vezes por mês, era hasteada a bandeira a convocar os cidadãos para a
Assembleia a fim de discutirem e
aprovarem as leis, elaboradas pela Bulé.
Na colina do Areópago
funcionava o Tribunal que decidia da pena de morte.
Eram cidadãos os
indivíduos de sexo masculino, maiores de 18 anos, filho de pai e mãe ateniense.
Tinham o direito e o dever de participar no governo da polis. Só eles podiam
possuir propriedades, não estando sujeitas a impostos. Tinham o dever de
cumprir o serviço militar.
Que
limitações tinha a democracia ateniense?
As mulheres não podiam
participar na vida política. Cabia-lhes educar os filhos e gerir a casa.
Viviam na dependência de
pais e maridos. Permaneciam, grande parte do tempo, na parte feminina da casa –
o Gineceu.
Os Metecos eram os
estrangeiros residentes em Atenas. Não podiam participar na vida da sua cidade.
Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato, chegando a acumular grandes fortunas.
Tinham o dever de cumprir o serviço militar e de pagar impostos.
Os escravos não tinham
nenhuns direitos.
Quem tentasse tomar o
poder da pólis era votado ao ostracismo
(exílio)
Tal como outros, o
filósofo Sócrates acusado de corromper a juventude, foi condenado à morte.
Atenas tentou dominar
outras cidades e fundou a Liga de Delos, ou seja, foi imperialista.
O
MUNDO MUÇULMANO EM EXPANSÃO - A Formação do Condado Portucalense e do reino de Portugal
-a
ocupação muçulmana e a resistência cristã na Península Ibérica
-a
formação de Portugal num contexto de Reconquista cristã
Em
711, os muçulmanos vindos do norte de África,
invadiram a Península Ibérica fazendo com que os cristãos se refugiem
na região das Astúrias e dos Pirenéus. A partir daí, chefiados por Pelágio,
iniciam o movimento da reconquista cristã para recuperarem o território perdido.
O
movimento da Reconquista foi lento e difícil, já que teve muitos avanços e
recuos. Contou com o apoio da Santa Sé e de alguns reinos cristãos da Europa.
Os cruzados, nobres cavaleiros vindos
destes reinos e os monges da ordem de Cluny prestaram preciosa ajuda.
No seu
avanço para sul, a reconquista deu origem aos reinos de: Leão, Castela, Navarra
e Aragão.
Depois
da derrota dos cristãos na batalha de Zalaca, em 1086, o rei de Leão e Castela
Afonso VI pediu a ajuda papal que lhe enviou alguns cavaleiros entre os quais
os nobres cruzados franceses, D. Raimundo e D. Henrique. Os cavaleiros D.
Raimundo e D. Henrique foram uma preciosa ajuda no movimento da Reconquista
Cristã. A este último, D. Afonso VI
concedeu a sua filha ilegítima D. Teresa e o Condado Portucalense, delimitado a
norte pelos rios Minho, a oriente pelo Douro e a sul pelo Mondego; a D.
Raimundo concedeu a filha D. Urraca e o reino da Galiza.
D.
Henrique, além de alargar o território para sul, cumpriu sempre o seu dever de vassalagem para
com Afonso VI. No entanto, quando faleceu, a esposa, D. Teresa, aliou-se ao
nobre galego Fernão Peres de Trava. Face ao perigo de Portugal se anexar à
Galiza, Afonso Henriques, filho de D. Teresa e de D. Henrique, e outros nobres
portucalenses lutaram contra o exército de D. Teresa, vindo a derrotá-lo na
Batalha de S. Mamede, em 1128.
Continuando
a conquistar terras para sul, lutou pela independência do condado Portucalense
face ao reino de Leão e Castela. Nessa linha de ideias, deixou de cumprir com a
vassalagem e fidelidade devida ao seu primo Afonso VII. Ao mesmo tempo,
recupera várias regiões para sul como Lisboa e Santarém.
Uma
batalha decisiva neste processo foi a de Ourique contra os muçulmanos, em 1139.
Após esta vitória, Afonso Henriques passa a usar o título de rei.
Em
1143, pelo Tratado de Zamora, Afonso VII, reconhece, Portugal reino e D. Afonso
Henriques, rei de Portugal. O Papa só o fez em 1179, através da Bula Manifestis
Probatum.
No
entanto, a definição das fronteiras de Portugal só foi reconhecida pelo tratado
de Alcanises, em 1297, no reinado de D. Dinis.
Os portugueses na sua expansão marítima praticaram a navegação astronómica, já que se orientavam pelos sol e estrelas através de aparelhos como:astrolábio; balestilha; quadrante e outros (ver imagem).
A Caravela permitia navegar contra o vento ou seja, bolinar.
Etapas da Expansão:
O Infante D. Henrique foi o grande impulsionador dos Descobrimentos até à Serra Leoa. Depois da sua morte, D. Afonso V arrendou o comércio e navegação do Golfo da Guiné a Fernão Gomes, com a obrigação de descobrir 100 léguas de costa, por ano.
D. João II, quando toma o poder, dirige o comércio em regime de monopólio régio, impulsionando a descoberta da coata ocidental africana entre o Cabo de Santa Catarina e S. Brás, já na costa oriental.
É neste reinado que Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança, assim chamado porque a partir daí, os portugueses tinham a esperança de chegar à Índia.
A rivalidade luso-castelhana
A expansão marítima conduziu a conflitos entre
Portugal e Castela, ambos interessados no domínio dos mares e na descoberta de
novas terras.
A chegada de Cristóvão Colombo à América reacendeu a
rivalidade luso-castelhana. Invocando o Tratado de Alcáçovas (1479), que
concedia a Portugal as terras a sul das ilhas Canárias, D. João II entendia que
os novos territórios descobertos pertenciam a Portugal. Os Reis Católicos
defendiam que estes pertenciam a Espanha, pois tinham sido descobertos por um
navegador ao seu serviço. Para resolver este diferendo, o papa apresentou uma
proposta na qual o mundo seria dividido por dois grandes meridianos. A proposta
foi aceite e em 1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que definia a
posse das terras descobertas ou a descobrir por Portugal e Espanha: a ocidente
do meridiano, as terras pertenciam a Espanha, a oriente, pertenciam a Portugal.
Estava assim estabelecida a doutrina do mare clausum
("mar fechado"), princípio que impedia a navegação marítima de outros
países.
Antes deste tratado, existia já um outro, o de
Alcáçovas (1479), no entanto, depois da viagem de Cristóvão Colombo, D. João
II solicita a redefinição das zonas de expansão, por considerar que as
terras de Colombo ficavam no paralelo português de Alcáçovas. Os Reis Católicos defendiam que estes
pertenciam a Espanha, pois tinham sido descobertas por um navegador ao seu
serviço. No entanto, a reunião de Tordesilhas irá definir a divisão do
mundo por um meridiano que passa a 370 léguas a oeste da ilha mais ocidental de
Cabo Verde, dá a Castela as Antilhas, descobertas por Colombo, mas abre boas
perspectivas de domínio de terras aos portugueses. É o caso do Brasil e da
Índia.
Os Impérios Peninsulares – Portugal, na
primeira metade do século XVI, e Castela, na segunda metade do mesmo século –
foram os impérios mais poderosos a nível mundial.
Contactos
dos portugueses com outros Povos
Aculturação
– mútua influência de costumes, tradições e cultura entre povos.
Em
África, os portugueses contactaram com
acivilização muçulmana, povos em regime tribal que se dedicavam à pesca e caça,
na costa ocidental. Aí, fizeram comércio e usaram a força para aprisionar
escravos. Na costa oriental, contactaram com o rico reino do Monomotapa com o
qual fizeram comércio.
Obras
de arte do Benim ou do Congo denotam influência portuguesa.
Os
portugueses introduziram novos hábitos como: milho e a mandioca.
Transmitiram
a língua, cultura e religião.
Na
Ásia, contactaram com civilizações evoluídas como as da Índia e China.
Os
portugueses controlaram as rotas comerciais do Mar Vermelho ( a partir de
Adem); do Golgo Pérsico; da Índia e do Japão; bem como pontos estratégicos como
Ormuz ( à entrada do Golfo Pérsico; Goa, capital do Império do Oriente e Malaca
à entrada do Golfo Pérsico.
No
Oriente, há a destacar a ação dos Vice-Reis: D. Francisco de Almeida (
controlando, por exemplo o Golfo de Adem, à entrada do mar Vermelho, até ali
dominado pelos Árabes) que dominou os mares e de Afonso de Albuquerque que
dominou pontos estratégicos em terra: Goa, na península do Indostão; Ormuz que
abria caminho ao rico comércio da Pérsia e Malaca que permitia o comércio com o
extremo oriente, a China e o Japão.
Os
portugueses influenciaram culturalmente toda a costa ocidental da Índia. De
destacar a política de Afonso de Albuquerque que incentivou os seus soldados a
casarem com mulheres indianas para mais facilmente influenciar essa zona.
Os
portugueses divulgaram, no Oriente: a religião cristã; música ocidental;
cartografia e vocabulário. Introduziram a espingarda no Japão e divulgaram
conhecimentos astronómicos.
Na
América, contactaram com povos menos
evoluídos que se dedicavam à caça e à pesca como os Tupis e Guaranis. Levaram
para lá a cana-do-açúcar.
Os
Espanhóis contactaram com povos mais avançados como os Maias; Astecas e Incas,
apropriando-se das suas riquezas.
As
línguas portuguesa e espanhola impuseram-se na América.
Portugueses
e espanhóis introduziram novas técnicas de cultivo e construíram diversas
cidades à maneira europeia.
Elementos
de aculturação:
Goa
– Igrejas cristãs; ruas; casas; jardins; escolas; mercados e palavras.
Japão:
Biombos
Namban- que representam figuras de portugueses misturados com os japoneses;
espingarda
Porcelanas
Indo- portugueses ou chineses.
Palavras
como pan (pão); Lesusu (Jesus); manteika (manteiga)
Influência
da Expansão em Portugal
Os
portugueses começaram a trabalhar menos e a usar muitos escravos negros para
todas as tarefas.
Os
banquetes tinham que ter muitas especiarias em excesso como pimenta, canela e
também açúcar. A comida era servida em pratos de porcelana.
Utilizaram
mais perfumes e adornos de pedras preciosas e pérolas.
O
oriente contribuiu com plantas para o fabrico de medicamentos e influenciou na
arte.
A
ciência cartográfica evoluiu muito. Os portugueses deram um decisivo contributo
para o conhecimento do mundo tal como é na realidade.
A
Arquitectura barroca caracteriza-se:
- GRANDIOSIDADE
- DINAMISMO DAS FORMAS
- EXUBERÂNCIA DECORATIVA
- Gosto pelo MOVIMENTO – transmitido pela utilização
de curvas e contracurvas e fachadas ondulantes.
- HORROR AO VAZIO – de que resulta a decoração
exuberante dos espaços, preenchidos com baixos-relevos, azulejos, talha dourada
Sé Catedral de Aveiro
Gosto
pelo MOVIMENTO – transmitido pela utilização de curvas e contracurvas e
fachadas ondulantes.
A
escultura barroca caracteriza-se:
-
MOVIMENTO
-
DRAMATISMO
- Jogo de
luz e sombra
- Atitude e
Expressão Emotiva
Êxtase
de Santa Teresa – Bernini
PINTURA
- INTENSIDADE
DE LUZ E DA COR
- DRAMATISMO
DA CENA
- Contrastes
de luz e Sombra
Ronda da
noite de Rembrand.
- PROCURA
DE ILUSÕES ÓPTICAS.
Abóboda
da capela de Stº Inácio (Igreja de Jesus Roma).
Ilusão ótica.
Como
se caracteriza a arte barroca?
Arquitetura
- grandiosidade e riqueza da decoração,
pela sensação de movimento e HORROR AO VAZIO.
Escultura
- exuberância das formas, expressões
teatrais, DRAMATISMO, jogo de luz e sombra, INTENSIDADE DE LUZ, DA COR e pelo
movimento.
Pintura
- pela riqueza da cor, contrastes de luz e sombra, movimento, dramatismo das
figuras e das cenas e pela procura de ilusões ópticas.
O
BARROCO representou uma nova mentalidade.
Marcada
pelo espectacular, pela exuberância e pelo dramatismo, por ambientes faustosos,
festas pomposas, roupas luxuosas, grandes procissões, música e literatura
rebuscada.
O
seu aspecto faustoso e deslumbrante serviu à Igreja Católica para atrair fiéis
e combater o Protestantismo.
A
arte barroca pretende impressionar o crente e chamá-lo à prática religiosa.
ILUMINISMO
ILUMINISMO
ANTIGO REGIME:
Designa o período anterior
à Revolução Francesa. É dominado a nível político pelo absolutismo régio,
baseado na Teoria do Direito Divino da autoridade, ou seja, pensa-se que Deus
dá o poder ao Rei que o concentra na sua pessoa, tendo, apenas que dar contas a
Deus. A pouco e pouco, passa mesmo a
governar sozinho, sem convocar as Cortes. A sociedade é hierarquizada,
divide-se em Ordens privilegiadas (Clero e Nobreza) e Povo ( Burguesia e povo)
sem privilégios, tendo que sustentar as outras ordens com o seu trabalho e
pagando-lhes impostos.
O Iluminismo vem pôr em
causa estes princípios:
Que princípios defendia o Iluminismo?
OS IDEAIS ILUMINISTAS DIFUNDIRAM-SE ATRAVÉS
DE:
- Clubes; cafés; salões; academias;
jornais; livros (como a enciclopédia) e ainda por ação da Maçonaria.
Os ideais iluministas foram aplicados nas
Revoluções Liberais ( Independência dos Estados Unidos da América; Revolução
Liberal Portuguesa), bem como em todo um conjunto de revoluções ocorridas por
toda a Europa e América. Os regimes saídos destas revoluções defendem:
- Igualdade e Liberdade da pessoa Humana
- Soberania popular: o poder reside no povo
que o cede através de um contrato (eleições) aos seus governantes, tendo estes
que governar de acordo com a vontade popular. Esta teoria á baseada no “Contrato
Social” de Rousseau.
- Divisão Tripartida do Poder – ( Teoria
defendida por Montesquieu) - O poder é
separado em Legislativo ( Assembleia ou Parlamento), que faz as leis; executivo
( rei ou presidente), que aplica as leis e judicial (tribunais) que julga quem não cumpre as
leis.
O Marquês de Pombal foi um estrangeirado que, como Luís António Verney, Francisco Sanches e outros, estudou no estrangeiro e tomou contacto com as ideias iluministas. Quiz mesmo implementá-las no nosso país. O urbanismo de Lisboa com ruas largas e em quadrículas, casas inovadoras no desenho e na funcionalidade anti-sísmica e anti incêncio, bem como as reformas no ensino são exemplos da criação de uma sociedade onde diminuem os grupos privilegiados e se dá poder à burguesia.
Reformas pombalinas:
PRINCÍPIOS DEFENDIDOS PELAS REVOLUÇÕES LIBERAIS
Defendiam os
seguintes princípios ILUMINISTAS: Crença no valor da razão; ideia do
progresso; o direito à felicidade; espírito de tolerância; a soberania popular
e a divisão dos poderes.
Lutavam
contra desigualdade social, a intolerância, a ignorância (falta de instrução)
do povo.
Tal como as ideias defendidas pelo iluminismo, também hoje, as Nações Unidas defendem a igualdade, a instrução e o progresso universal, para o bem-estar das populações. Os iluministas defendem o princípio da Soberania popular e da divisão dos poderes.